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terça-feira, 20 de novembro de 2012

CONSCIÊNCIA OU CULPA?

 
A Culpa é a principal forma de manipulação que as pessoas usam para induzir nas outras, particularmente em membros da sua família e em outras que lhes estão mais próximas. Normalmente há apenas dois motivos para que alguém queira que se sinta culpado: ou para controlá-lo ou magoá-lo e obviamente que nenhum deles é digno de consideração. Nem tal comportamento pode expressar qualquer forma de amor mesmo que tenha as melhores das intenções.
Pense em alguns dos lugares comuns usados nas relações familiares para dar origem ao processo de culpa: “Como me podes tratar assim?” “Foi por tua culpa que fiquei aborrecido e não dormi bem!” “Você pensa diferente de mim, por isso não confio em você, você me faz mal!”e etc.Se, por acaso, alguém está sendo alvo deste tipo de processo, e se sente culpado, ele simplesmente está aceitando que alguém tenha poder sobre ele, quando ninguém tem poder sobre ninguém, desde que este alguém concorde e permita.

Há várias espécies de culpa, por exemplo:

  1. A Culpa comum – como por exemplo a provocada por não passar tempo suficiente com os filhos ou não telefonar para os seus pais, tanto quanto eles acham que deveria, etc
  2. A Culpa duradoura – como por exemplo a culpa por abandonar o seu ex-companheiro(a) ou por se sentir responsável pela felicidade e o bem estar das pessoas próximas de você, etc;
  3. A Culpa social – como o não pagamento das suas contribuições sociais, não participar em atos eleitorais ou outro qualquer dever de cidadania sobretudo quando acha que é sua responsabilidade fazê-lo.
  4. Culpa ideológica – a que foi introduzida há séculos, pelas diversas religiões, em especial as que têm origem na doutrina judaica-cristã – o pecado de Adão e Eva, por exemplo,etc
No entanto, saiba que todo o processo de culpa se baseia num alerta que a nossa alma induz na nossa psique, sobretudo ao comparar o Amor que sente com os padrões sociais, crenças e mitos que tem impregnado no seu ego, gerando uma emoção de grande desconforto que normalmente desencadeia um processo de auto-julgamento.
Ao fazê-lo saiba que está a desperdiçar energia vital que o impedirá voltar à sua essência e resolver de vez o que o está a perturbar. O padrão normal é repetir o comportamento que induz a culpa e julgar-se, martirizar-se. Disso deriva todas as doenças e mal-estares do século.
Assim sendo, a culpa snão serve para nada, a não ser diminuir e humilhar os seres humanos. A consciência do erro que não traz o sentimento de culpa, serve sim para se doar a si próprio o tempo suficiente para equilibrar a emoção com o comportamento correto e posteriormente voltar a se sentir bem consigo mesmo.
Se mesmo assim achar que deve fazer algo mais sobre essa emoção, que no fundo é a mais inútil das emoções, então faça. Se não, arquive-a, rotulando-a de “experiência” ou até mesmo “aprendizagem”… e siga com a sua vida, livremente. A Culpa, em verdade, embota a pessoa, sua consciência e seu desenvolvimento, seu crescimento espiritual. Nem serve para corrigirmos o nosso caminho, devido a carga negativa que contém. Os sentimentos de culpa afundam-nos e aprisionam-nos ao dever e às obrigações que normalmente os outros julgam poder impor-nos.
Somente a observação objetiva do ato pode levar à correção exata, onde ambos os lados ganham – o que se acha ofendido e o que se crê ofensor. A medida está em ti. Dentro de você mesmo existe a resposta e a razão.
A culpa impede que aja lugar para o Amor. O Amor é benevolente, ampara, acolhe, abraça como o colo de um pai, de uma mãe. Ele não julga, mas orienta. Ele não pune, mas provoca o olhar consciente. De forma que a culpa é o grande vilão de nossas consciências. Tem impedido há milênios o desenvolvimento da humanidade, encerrando-nos num circulo vicioso de guerras, discriminações, separações e mortes.


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