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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

CRISE, SIMPLESMENTE CRISE

Difícil acreditar, mas estamos em meio uma enorme crise. Para nós brasileiros que sempre vivemos com uma ideia paradisíaca de que nada acontece deste lado de cá - sul/ocidental, fomos pegos de surpresa. E realmente ela está se alastrando e colhendo frutos, péssimos frutos!
Não adianta negar: se a criança chora de fome, é um fato. Colocar música de fundo, filmar, fingir que não escuta, não resolve. E ainda piora. Nos colocaram/colocamos em crise, sim!
Entretanto, esta crise é mais política do que financeira, mas o financeiro vai a reboque. Banqueiros e investidores têm a sua escolha e quando esta não é satisfeita, eles mostram quem tem o verdadeiro poder! Podemos enumerar a hierarquia de poderes atualmente assim: financeiro (capital), mídia, política.
Especificamente, no Brasil, a crise é moral, pois somos um povo sem Ética, infelizmente, mal de origem não curado ainda! E isso não se dá só no primeiro escalão da sociedade - os políticos são reflexo do povo. Se observarmos bem, toda a sociedade se vale do "jeitinho brasileiro" que é o de não seguir as regras, de não cumprir horários ou demandas, de "empurrar com a barriga", de comprar o diploma seja à vista ou a prazo, de dar pequenos golpes, de enganar no troco, de roubar o colega pois ele não está vendo, de não trabalhar o mês inteiro e receber o salário e ainda reclamar que é pouco, o atual CTRL+C/CTRL+V nos trabalhos de TCC, monografias, relatórios, o uso de ghost writers para obter diplomas e méritos e por aí vai. Eu poderia enumerar pelo menos 100 modos brasileiros de levar a vida sem ética que são considerados monumentos nacionais e que na verdade revelam nossos defeitos de caráter.
Genericamente, a crise também é reflexo de um velho conflito - capitalismo X socialismo. Sim porque essa crise vem circulando pelo mundo como um grande dragão-serpente, provocando caos por onde passa. Chamam esse dragão de bolha! E desde 1929 ele circula pelos países com seu hálito funesto, fazendo desaparecer milhões e milhões em moeda (provavelmente queima com seu bafo ígneo!).   O sistema socialista é um ideal na cabeça de poucos intelectuais e alguns políticos que visam enriquecer administrando problemas. Nasceu bem intencionado, mas na prática, todas as más intenções subiram do pântano profundo e se espalharam pela superfície. Em nenhum lugar, sua versão mais extremada (comunismo) ou sua versão mais suave (socialismo liberal) tem dado resultados satisfatórios sem atraírem o tal dragão crise!
 Grosso modo, sou daquelas pessoas que pensam que para cada problema há solução e não administração. Temos que administrar bens e não "crises". Passamos por propostas socialistas/comunistas seja em sistemas democráticos, imperialistas, monárquicos, republicanos ou ditatoriais e o que vemos é um maior empobrecimento coletivo e um enriquecimento de minorias que através de seus tentáculos micro-físicos, administram pobrezas e misérias. Nem podemos mais considerar o discurso como sendo bonito ou ético, pois lendo nas entrelinhas, percebe-se às más intenções - restrições, nivelamentos por baixo, sub julgamentos, reduções, descréditos, falta de criatividade para criar e ampliar soluções, etc.
Não precisamos ir longe, pois a terra hoje é uma casa relativamente pequena e podemos observar onde sistemas socialistas ou comunistas foram e são aplicados. Os mesmos problemas estão presentes e pior - o ser humano, no sentido da expressão humanista está limitado! Pelo contrário, hoje conseguimos saber sobre sistemas de governo e sociedade que "dão certo". Vide os países escandinavos, a Suíça entre os principais expostos em livros e mídia, que mostram a simplicidade da administração democrática calcada em solução real dos problemas e além - na prevenção deles.
O dinheiro em si é um veiculo, veículo que promove todas as possibilidades. Negar a importância desse veículo e qualificá-lo negativamente é tolice, ingenuidade, saudosismo, reacionarismo. Sempre será necessário uma meio/moeda neutra para facilitar as trocas! E essa crença está por trás das ideologias socialistas comunistas, apoiadas por algum discurso religioso também.
É certo que no nosso país, eminentemente católico ou cristão (pois hoje a versão evangélica cresce junto ao crescimento demográfico!) tende a uma ideologia mais socialista, atualmente na sua versão trabalhista. Mas os problemas internos são os mesmo do Brasil colônia - corrupção, falta de ética, enriquecimento ilícito, alianças contraditórias, desvio de verba pública, etc. Verdadeira devassa!
Logo, a crise política e ética permanecerá ainda por muito tempo, pois depende de educação, conhecimento, crescimento e amadurecimento coletivo.Ela é filha do socialismo da ignorância instituído há meio século na ditadura militar e piorado na sua versão dos último 20 anos. 
Mas a financeira passará, pois o dragão circula e a moeda engolida por ele, retorna às mãos da sociedade e volta a circular.
Com certeza, o dinheiro não sumiu. Mas o povo acredita nisso ou é levado a acreditar, e guarda o seu (o pouco que tem) em bancos, ações, poupança, cofrinhos, evitando todo e qualquer gasto de consumo considerado supérfluo. Isso realmente provoca/estimula/mantém a crise, pois sem a circulação da moeda, tudo para. E, aos anti-consumistas de plantão eu digo: não são só os bens tangíveis que se cobiçam hoje; há os intangíveis que permitem a expansão e crescimento real de uma sociedade. Fazer um discurso contrário a isso, apregoando que a felicidade não deseja e não cobiça é dizer que podemos ficar onde estamos que está ótimo, como se não houvesse tanto a crescer, tanto a expandir, tanto a fazer, a resolver e criar.
 Porém, como todo esse consumo intangível - livros, cursos, conhecimento, cultura - não são os imediatos referentes à existência em si, são cortados de pronto e o consumo fica reduzido ao mínimo - no nível da sobrevivência. Até mesmo a qualidade dos produtos é deixada de lado, pois passa-se a consumir "os mais baratos" em detrimento do cuidado da qualidade das boas marcas.
Enfim, estamos em crise - criada sim, a financeira. Mas a política e ética é real. E essa não passará junto com o dragão. Precisará de anos de investimento pesado em educação real, pois uma mudança hoje nesse sistema, levaria pelo menos 2 décadas para surtir o efeito desejado.