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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eterno outono



Recordo o mais longínquo dos outonos
Quase perdido
Sensação leve de frio tocando os pelos sobre a pele
Cheirando a terra morna e úmida
O ar tépido
Envolvendo-me em lembranças e vestidos sutis.

Outono de folhas
douradas, amareladas, vermelhas e as de cobre
Frios esquisitos e insetos diferentes
Teias e redes invisíveis tecidas em pequenas distâncias
Fantasia de névoa que me cobre
Fechando-me em segredos de portas sem fechaduras.

Outono de mel colorido e doce líquido
que escorre da minha saliva em lembranças ternas
Das resinas brancas das cascas feridas
Dos toques quentes e dos pesos suaves estendidos pela relva
Tapetes de vozes roucas que acolhem
O fim do verão que brota pelos poros mansamente ainda
Nos infinitos das luzes que se esvaem
em os olhos presagiosos de chuvas...

Outono secreto e sempre presente
cíclico, perene e inextinguível
marcado de despedidas e amargos adeuses
Prenúncio eterno
do mais duro inverno gelado...