Quando pensávamos que nada mais poderia ser pior na educação
brasileira, eis que surge o novo projeto deste governo – a proposta da Base
Nacional Comum Curricular (BNC). A especialista em política educacional Paula
Louzano diz que a proposta feita pelo governo não estabelece objetivos claros
para o aprendizado e vai formar alunos menos preparados que antes e menos
preparados que os de outros países.
Um currículo como este leva tempo para ser elaborado e em
países de 1º mundo como Austrália, Finlândia, EUA, Canadá entre outros desenvolveram
para língua nativa/materna e matemática e levaram no mínimo 2 anos em
discussões. O Brasil sai na frente fazendo para todas as matérias, em tempo
recorde – meses! Ora, só pode resultar
no que está lá em Brasília. Num emaranhado que nem leigos nem especialistas
conseguem decifrar.
Só para citar um exemplo: nossos alunos de 9º vão estar (e
muitos já estão porque esse programa não inova muito a partir do que já está em
vigor) no nível de um aluno americano de 5º ano. Um aluno americano sai da
primeira fase do fundamental com leitura fluida de clássicos da literatura
inglesa e americana originais, sem adaptações. O nosso, em geral, mal sabe ler. Em média, os programas de leitura de outros países que pude analisar, propõem de 12 a 14 livros por ano. Isso sem contar as leituras ocasionais ou por puro prazer. Isso requer 01 livro a cada 15 dias. E é possível? Sim. Seguindo a orientação/adequação vocabular e temática a maioria dos alunos vencem com facilidade a proposta. No Canadá, EUA, Finlândia, França, Austrália entre outros os alunos em fundamental estudam 8 horas por dia além das horas extras em casa. O nosso aluno mal cumpre 4 horas na escola! Nas férias há sugestões de leituras que abarcam diversos temas transversais e disciplinas. É sabido pelos estudos de neurociência que o corpo tem que descansar, mas o cérebro tem que se manter em atividade. Cérebro relaxado demais, dispersa e não produz!
Para que o aprendizado realmente ocorra, os objetivos têm
que estar claros para professores, diretores, alunos e pais. Todo ensino é um
processo. As informações viram conhecimento à medida que se aprofundam os
conceitos – do concreto para o abstrato. Vejamos um exemplo em matemática: o
conceito de frações começa mostrando que o inteiro pode ser dividido em partes.
Depois vem a representação disso em forma de fração. Em seguida, deduzem-se as
porcentagens até chegar a cálculos de juros. Se todas as etapas são cumpridas,
o aluno, ao ingressar o ensino médio, terá a capacidade de aprender estatística
básica, resolver problemas que envolvam juros simples, compostos e etc.
O mais interessante, é que o Brasil elaborou o seu programa
sem olhar para nenhuma experiência similar – nem de 1º e nem de 3º mundo. É
comum países copiarem suas experiências positivas. Numa era de globalização e
informação partilhada mundialmente, não copiar o melhor é, no mínimo, burrice
(ou orgulho).
Quanto ao sistema de avaliação, nossas escolas foram
obrigadas a adotar um sistema ideológico que é contra o sucesso que eles chamam
de meritocracia. Segundo esse sistema aquele que se dedica e constrói seu saber
não deve se sobressair, não deve aparecer como tal. (Será que eles propõem o
contrário?) Em nenhum sistema
educacional que pesquisei a nota vale tão pouco. Nós temos 3 letras – S, P, I.
Acontece que esse S, que diz satisfatório, inclui no mesmo saco alunos 10 e
alunos 6! Um aluno que tirou 10 completou todas as etapas e adquiriu todo
conhecimento proposto. O aluno 6 fez isso parcialmente e não satisfatoriamente.
Eu pergunto: quem está satisfeito? O professor,
o aluno, os pais? O P que vai de 5,9 a 3,0, pretende defender que um
aluno que tirou 3,0 em qualquer disciplina alcançou um conhecimento parcial! O
I, sem comentários. Ora, isso é uma enganação que não permite a ascensão real
dos alunos – nem para continuidade de estudos nem na vida e ainda desestimula. Concursos
públicos são avaliados em pontos em não em letras e o que manda é a
meritocracia. Mas, qual o problema com o mérito? Estão conotando essa palavra
erradamente. Mérito é merecimento, valor, aptidão. Se o aluno estuda, se dedica
e pesquisa mais que natural que tenha notas altas e que galgue lugares melhores
na sociedade.
O mais insano é que depois desse ensino/aprendizagem vão
defender cotas por raças e minorias porque os alunos não conseguem competir com
a chamada burguesia branca. Quanta hipocrisia vindo
das minorias coloridas e ditas incapazes! É como deixar a criança
desnutrida de propósito e acusar o sistema de saúde e a sociedade dela não ter
condições de competir, de trabalhar, de viver e reivindicar uma bolsa nutrição!
Enquanto professora atuante eu sempre desafiei meus alunos a estudarem para conseguir as melhores vagas nas faculdades estaduais ou federais. A turma que se dedicava, passava. Para mim ficou mais que provado que é uma questão de conteúdo, informação, exercícios e dedicação, é claro. Havia um grupo de amostragem, os que não se engajavam na proposta e a diferença era gritante! O que adianta dar uma cota para um aluno mal preparado? O vestibular de qualquer universidade federal é e sempre será democrático. Corrigi muita prova de vestibular UFRJ/UERJ e em nenhuma delas havia retrato do aluno, nem mesmo nome. Apenas corrigíamos conteúdo, expressão, organização do pensamento. Portanto, é totalmente imparcial.
Se não devemos premiar o bom, o melhor, devíamos dar o exemplo começando por acabar com as Copas do Mundo, as Olimpíadas, os Concursos de Beleza, as medalhas nos esportes em geral. Realmente, o populismo é a pior forma de governo existente, a mais hipócrita, a mais manipuladora, a mais mentirosa que uma sociedade já produziu.
O que esse governo propõem é uma indigência, uma insensatez, uma enganação cultuando o hábito de burlar e dar um jeitinho, passando por cima do conceito da verdadeira democracia. A questão não é distribuir cotas, mas dar as condições de concorrer. A questão não é dar esmola em bolsas, mas melhorar a qualidade do empregado e de suas chances de ascensão social pelo trabalho, pelo mérito!
Enquanto professora atuante eu sempre desafiei meus alunos a estudarem para conseguir as melhores vagas nas faculdades estaduais ou federais. A turma que se dedicava, passava. Para mim ficou mais que provado que é uma questão de conteúdo, informação, exercícios e dedicação, é claro. Havia um grupo de amostragem, os que não se engajavam na proposta e a diferença era gritante! O que adianta dar uma cota para um aluno mal preparado? O vestibular de qualquer universidade federal é e sempre será democrático. Corrigi muita prova de vestibular UFRJ/UERJ e em nenhuma delas havia retrato do aluno, nem mesmo nome. Apenas corrigíamos conteúdo, expressão, organização do pensamento. Portanto, é totalmente imparcial.
Se não devemos premiar o bom, o melhor, devíamos dar o exemplo começando por acabar com as Copas do Mundo, as Olimpíadas, os Concursos de Beleza, as medalhas nos esportes em geral. Realmente, o populismo é a pior forma de governo existente, a mais hipócrita, a mais manipuladora, a mais mentirosa que uma sociedade já produziu.
O que esse governo propõem é uma indigência, uma insensatez, uma enganação cultuando o hábito de burlar e dar um jeitinho, passando por cima do conceito da verdadeira democracia. A questão não é distribuir cotas, mas dar as condições de concorrer. A questão não é dar esmola em bolsas, mas melhorar a qualidade do empregado e de suas chances de ascensão social pelo trabalho, pelo mérito!
Mais uma vez um show de análise. Infelizmente esse país esta virando um país de indigentes mentais e ao invés de combatermos essa loucura nossos governantes estão se aprofundando cada vez mais nessa lama de ignorância. Pátria educadora é aquela que a educação de ricos e pobres e igual em qualidade e quantidade. Só o verdadeiro saber é que nos dá poder e talvez isso seja o grande receio de toda a sociedade...
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