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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Seres fantásticos, maravilhosos e sobrenaturais (I)

O homem sempre conviveu com sua imaginação de uma forma bastante peculiar - personificando. E deu forma, vida e nome a seres imaginários, quer fossem deuses ou não. Desde o deus único a outros milhares de deuses, o homem os cunhou à sua imagem e semelhança. Deus e homem, duas faces da mesma moeda. Entretanto, justamente por causa do monoteísmo, em especial, o judaico-cristão, todos os outros seres, com exceção dos anjos, foram depreciados e forjados de forma deprimente. O diabo é uma figura histórica com um desenvolvimento extraordinário e bastante interessante. Entretanto, isso é assunto para uma outra postagem, que eu sei que tomará também mais de um capítulo (se assim podemos chamar).
Percebi um movimento curioso atualmente no que diz respeito a algumas dessas figuras, especialmente: lobisomens, vampiros e fadas. Ou muito me engano, mas os vampiros e lobisomens começaram a aparentar uma bela figura enquanto as fadas (e alguns outros seres chamados seres da natureza) passaram a ser identificadas com figuras disformes e feias, algumas chatas, pervertidas, outras sedutoras mais iguais às bruxas, enganadoras.
Não tenho resposta para isso de uma forma definitiva, pois esse movimento está ligado não apenas ao inconsciente coletivo mas também as formas de manipulação das massas através do imaginário e do religioso. Não obstante, percebo que, maquiavelicamente, aconteceu uma inversão. O que tinha aparência e conteúdo maléfico, tornou-se bonito e sedutor e não tão maléfico assim, ao contrário, imbuiu-se do espírito protetor antes exclusividade das figuras angélicas. E os seres elementais da Natureza - fadas, gnomos, elfos e congêneres - passaram a ter uma conotação assustadora, traiçoeira, vil, além de tomarem formas grotescas como se a própria Natureza assim fosse, mal formada, deformada, incompleta e bizarra.
A onda mística e fantástica tomou conta do mundo. Mas o mundo anglo-saxão, especialmente, ainda vê este "mundo" de uma forma negativa, ligada à magia condenada pela Igreja Ocidental Cristã, seja ela de que denominação for. O afastamento do homem em relação à Natureza pode ter sido um dos motivos para que este fenômeno começasse a ser moldado. Todavia, por que as fadas e outros seres considerados outrora como inofensivos, teriam tomado uma forma negativa agora? Nada aconteceu no mundo, não houve nenhuma mudança significativa no mundo material, natural ou humano e, sim, a mudança ocorrida é de mentalidade. Estamos nos afastando cada vez mais da natureza, maltratando-a, diferenciando-nos de nossa origem biológica e natural e caminhamos na direção de um artificialismo gritante, seja de ordem virtual ou real. Cidades cada vez mais informatizadas e mecanizadas, ou melhor, robotizadas, cheias de parafernalhas eletrônicas distantes do campo que as rodeia, das praias e montanhas que as cercam, são o cenário onde habita o Homem. Tudo que é natural é estranho e qualquer ser deste mundo é um "bicho" e, qualquer "bicho" é uma ameaça ao humano, sendo microscópico ou macroscópico.
Porém, onde se encaixa a figura do vampiro e do lobisomem neste cenário. Podemos entender porque as fadas e outros seres elementais tornaram-se ameaçadores, mas por que os outros tornaram-se "amigos"? Qual o objetivo de manipular estas figuras imaginárias tornando-as simpáticas ainda que sempre serão assustadoras? Fica a pergunta no ar e a tentativa de resposta para o próximo post!



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