Creio que o problema da escola hoje não seja apenas a
defasagem do currículo ou professores mal pagos e mal preparados. Há também o
caos social dentro da escola, excesso de bullying e desrespeito aos professores que na sua maioria
são funcionários públicos mas que a lei não ampara. Ou seja, ninguém pode
destratar um funcionário público seja em que serviço for, mas alunos podem gritar, fazer gestos feios, xingar e
até bater em professores que não acontece nada. Eu digo: tirei meu filho da
escola cedo por isso. Hoje ele está terminando o ensino médio à distância (não sozinho, é óbvio!) para fazer
faculdade. Ele sofria bullying e via as professoras serem desrespeitadas e
ninguém fazia nada. Eu sou professora, além de mãe e educadora em geral, e decidi retirá-lo da escola para o bem
estar físico, emocional e mental dele. A escola está cheia de maus exemplos: traficantes e usuários de drogas, jovens sem educação revoltados sem causa, todos sexualizados demais, como se só houvesse isso no mundo, alienados, indolentes, afogados de mídia e desinformação, "vítimas" de um revolução tecnológica sem precedentes. A maioria destes jovens só vai para a escola para "se relacionar", fumar, beber entre outras coisas como se estivessem numa festa; aprender
e estudar que é bom, nada! (Parece discurso de velhinho reacionário, mas, infelizmente não é, É FATO!) Tive algum problema ao retirar meu filho da escola? Sim. Enfrentei o Conselho
Tutelar e hoje vejo que foi a melhor atitude. Todos falam em reforma da escola,
mas ninguém sabe que direção tomar, pois se mudar as regras do jogo agora,
claro que muitos vão reclamar, protestar e ser contra. Mas num momento terá que acontecer, senão
a nação vai cair em falência total.
Durante o meu Doutorado em Letras, tive um trabalho bem acolhido no fórum do
Chile sobre Educação. Aqui, nem consegui que fosse publicado ou mencionado.
Chama-se Coragem para mudar (nada a ver com o livro da Vozes que saiu bem
depois e não é de minha autoria). Neste trabalho eu analiso o problema curricular das escolas brasileiras e proponho uma mudança substancial. - de conteúdo e didática. As questões sociais e de valorização do profissional viria depois, como consequência.
Eu concordo que as reformas começaram
com os militares, mas o governo civil só veio piorando a situação. Com o PT o quadro piorou bastante. O que esperar de um
presidente semianalfabeto que odeia os diplomados? Um presidente que ao tomar
posse falou asneiras o tempo todo, muitas fruto da sua total falta de cultura e
conhecimento! Ele que disse que não precisava ir à escola porque já tinha
televisão e internet! (O pior método de aprendizado é este, tão
preconizado: autodidatismo à distância! É um cego guiando outro cego, ou
E a reforma não é complicada. Se a concentração maior do ensino fundamental for na base - língua materna, matemática e conhecimentos gerais básicos, a partir do 6º ano, pode-se introduzir os conteúdos com maior especificidade que serão bem absorvidos. É preciso incentivar a pesquisa, a apresentação/construção do conteúdo e o debate. A leitura deve ser EN-SI-NA-DA em sala de aula, desde a leitura em voz alta à silenciosa, bem como a interpretação oral e escrita da mesma. Livros devem ser cobrados sim, e debatidos. Se isso for realmente feito durante os primeiros 9 anos, o ensino médio será bem fácil de conduzir e tenho certeza que os jovens permanecerão na escola pois estarão participando da construção do conhecimento próprio e da sociedade. É preciso incentivar a participação voluntária como crédito no currículo, também. Ensinar língua estrangeira com qualidade, de verdade e incentivar à pesquisa em outras línguas, bem como leituras. Enfim, há muitas possibilidades que não estão sendo levadas em conta. A única coisa que se pensa é em colocar mídias e tecnologia nas escolas. Eu afirmo: isto não fará nenhuma mudança e corre o risco de piorar. De que adianta uma televisão na sala de aula no lugar do professor, se não tem filme/vídeo de conteúdo para passar? Que diferença faz para o aluno e o aprendizado deste se ele assiste um professor na tela ou fisicamente, na frente dele, a dar aulas?
Bom, precisava escrever, precisava desabafar mais uma vez. Faz anos que vejo a Educação caindo e, infelizmente, creio que ainda verei. Quando as pessoas deste país acordarão de verdade? Quando deixarão de estar deitadas em berço esplêndido (daqui a pouco, não tão esplêndido assim!).
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