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sábado, 21 de maio de 2011

Noite no lago


A noite estendia seu manto negro sobre o lago
e tudo mais ficava tão escuro
soprava um vento quase místico
murmurante de música celestial
com um acariciar gélido envolvia nossos corpos
e a lua acalentava plácida nossas almas ardentes...

À noite, à beira do lago, minha alma enchia-se de temor súbito
ao olhar teus olhos úmidos de fogo
sentia estremecer a carne de desejo profundo
e desejei morrer para ficar assim
sempre penetrada do teu punhal de luz.

Teu abraço selou a marca deste desejo
que permaneceu pulsando nos teus olhos
e na tua boca de taça...

A noite enchia de perfumes diversos
descrevendo seus mistérios dormentes e ocultos
cada cheiro evocava uma lembrança
cada perfume marcava suave os instantes como vultos
eternas sombras ondulantes do universo

O mel da noite consumiu-se lentamente
e, agora, todas as flores cheiram a mesma esperança
até a sombra úmida, no surgir da aurora
tem um perfume de suave frescor
o sol nascente tem demasiado odor
refletido em gotas sobre as águas da noite...

Mas porque amanheceu,
sofro silenciosa com uma calma aparente
e nada mais anuncia este ardor de açoite
que iluminou minha noite
como a soberana lua

Então, a vida transcorrerá calma
fluindo como as águas dos rios
até que o sol canse de ser claro
e cubra tudo com o manto negro da noite
para que eu possa sonhar novamente
e eternizar esta terna noite de lua.

in: Da solidão e das Saudades de Cristina Danois

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