A ampulheta é o início do fim
e de todos os dissabores
e de todos os suores
e de todos os humores
escorrendo com a areia
grão a grão
gota a gota
pouco a pouco.
A ampulheta iniciou o movimento
e com ele veio a velocidade
a pressa
a pontualidade
a medida do tempo em espaços...
e com ela veio o atraso
e com ele a tensão
e com ela o fracasso...
Atrás de todos os relógios e calendários
olhos exatos nos espreitam
olhos de ampulheta
munidos de uma foice
que sobe desce vai desliza
num zás
e desfaz as nossas tênues pegadas na areia.
Cristina Danois
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